quarta-feira, 1 de junho de 2016

FESTA DA PINHA 2016



Poesia concorrente aos "Jogos Florais da Pinha - 2016", na modalidade de poesia alusiva a Estoi.

Em Estoi organizada
Festa que todos seduz,
Pelo povo dedicada
À Senhora do Pé da Cruz

Foi de meus pais e avós,
Agora ela é toda minha,
Mas também de cada voz,
Que grita, que “Viva a Pinha”!

Logo ao primeiro alvor,
O céu d´azul foi pintado
E o sol, irradiando vigor,
Mostrou assim seu agrado.

A aldeia acordou em festa,
Vibra alegre o aldeão!
Não tem manhã como esta,
Tão cheia de emoção!

Toda a gente em movimento,
Mostra um ar atarefado,
Correndo, contra o tempo,
P´ra tudo estar preparado

Em todos a mesma ideia,
Em cada ano que passa,
Que a festa-mor da aldeia
Decorra em paz e graça.

Tudo quer entrar na festa,
P´ra cumprir a tradição,
Promessa dos almocreves
Em prova de devoção.

Vão garbosos cavaleiros
E a malta dos tratores,
Levam fatos de romeiros,
Farnéis fartos e mil flores.

Com tudo bem enfeitado,
Gente vestida a rigor,
O cortejo organizado
Pede a bênção do Senhor!

Ao passar junto à Igreja,
Gritam velhos e meninos,
Bom dia! Que se almeja,
Até com toque dos sinos.

Estrada fora, lá vão!
Os romeiros de Estoi.
Uns bebem … outros não!
Depois se vê como foi.

Campos pintados de cor,
Plenos de flores silvestres.
Natureza! Esplendor!
Para traz tempos agrestes!

Chegados enfim ao Ludo,
Por sob as abas do arvoredo,
Mesas repletas de tudo,
Para repartir sem medo.

Deus Baco ´tá presente!
Ele comanda o manjar!
Mas a alegria latente,
É a de poder partilhar.

E é prazer escutá-los,
Tarde fora! ´té final.
Os relinchos dos cavalos,
Sons musicais no pinhal!

Soa a hora d´abalada,
Há que arrumar toda a tralha.
E que o Senhor nos valha!
Até à hora chegada …

A viagem vai ser longa,
Mas o cortejo já mexe.
Espera-os a som da banda,
Em Santa Barb´a de Nexe.

Coiro da Burra, enfim!
Hora d´acender archotes.
Que o povo, em frenesim,
Já chegou, veio em magotes.

E ao som da filarmónica,
Foguetes a ribombar,
A romaria, eufórica,
Parece o povo abraçar.

Gritando alto o Romeiro,
Dá vivas à Festa da Pinha!
Em resposta um eco inteiro.
O povo não se continha!

Gentes, cortejo passante,
Em completa sintonia.
Este segue confiante,
Cumpre a missão que o guia.

Agradecer à Senhora,
Milagre da Salvação,
Dos almocreves d´ outrora,
Em hora de aflição.

E em frente da ermida,
Lá no alto … uma fogueira,
É acesa e ganha vida,
Nova prece à Padroeira.

Senhora do Pé da Cruz,
Protege a nossa terra,
Cobre-a da tua luz,
Afasta o povo da guerra.

(José António G. Paula Brito)

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